ATLETISMO

O atletismo é, atualmente, o esporte mais praticado no mundo. Adotada por mais de 70 países filiados à Federação Internacional de Desportos para Cegos (IBSA), a modalidade combina um conjunto de atividades – corrida, saltos e arremessos – com provas que podem ser praticadas em locais fechados, abertos e/ou vias públicas. Originado na Grécia Antiga, o atletismo faz parte do programa dos Jogos Paralímpicos desde a primeira edição, em Roma-1960. As principais modalidades do atletismo são: corrida de pista (meio fundo, fundo e maratona), corrida com obstáculo (100m, 110m , 400m e 3000m), revezamento, salto (distância e com vara), arremessos e lançamentos, decatlo e heptatlo.

O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual, em provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos – tanto no feminino quanto no masculino. Para tanto, os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência, constatado pela classificação funcional. Nas corridas, são admitidos atletas-guia para acompanhamento dos atletas com deficiência visual; entre os deficientes físicos, é permitido uso de próteses e cadeiras de rodas.

A gama de provas do atletismo para deficientes visuais segue as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo (I.A.A.F.). Para estes atletas, não há provas de salto com vara, lançamento do martelo, corridas com barreira e obstáculos. As provas também são divididas por grau de deficiência visual, com as regras do atletismo regular para os atletas B3 e regras adaptadas para os atletas B1 e B2, para os quais é permitido o uso de sinais sonoros e de um guia, que corre junto com o competidor para orientá-lo. Ligados por uma corda presa às mãos, o atleta deve estar sempre à frente do guia, que não pode puxá-lo, sob pena de desclassificação.

A velocista brasileira Anelise Hermany (B2) foi a primeira medalhista paraolímpica entre os deficientes visuais; por aqui, Ádria Santos tornou-se a maior medalhista cega da história paraolímpica brasileira com 12 medalhas.

Curiosidade

O atleta-guia passou a poder subir no pódio e receber medalha somente a partir dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, em 2011.

Classes do atletismo:

Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Os que disputam provas de pista (velocidade, meio fundo, fundo e saltos) e de rua (maratona), levam a letra T (de track) em sua classe.

  • T | Track (pista)
  • T11 a T13 | Deficiências visuais
  • T20 |Deficiências intelectuais
  • T31 a T38 | Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes)
  • T40 e T41 |Anões
  • T42 a T44 |Deficiência nos membros inferiores
  • T45 a T47 |Deficiência nos membros superiores
  • T51 a T54 |Competem em cadeiras de rodas
  • T61 a T64 |Amputados de membros inferiores com prótese

Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos, lançamentos) são identificados com a letra F(field) na classificição.

  • F | Field
  • F11 a F13 | Deficiências visuais
  • F20 | Deficiências intelectuais
  • F31 a F38 | paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes)
  • F40 e F41 | Anões
  • F42 a F46 | Amputados ou deficiência nos membros superiores ou inferiores (F42 a F44 para membros inferiores e F45 a F46 para membros superiores)
  • F51 A F57 | competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações)

Para os atletas com deficiência visual, as regras de utilização de atletas-guia e de apoio variam de acordo com a classe funcional. Nas provas de 5000m, de 10.000m e na maratona, os atletas das classes T11 e T12 podem ser auxiliados por até dois atletas-guia durante o percurso (a troca é feita durante a disputa). No caso de pódio, o atleta-guia que terminar a prova recebe medalha. O outro, não. Há, também, situações específicas em que um guia que não estava inscrito inicialmente em determinada prova tenha de correr. Neste cenário, ele não recebe medalha, caso suba ao pódio.

Atleta-guia e apoio

  • T11 | Corre ao lado do atleta-guia e usa o cordão de ligação. No salto em distância, é auxiliado por um apoio.
  • T12 | Atleta-guia e apoio, no salto, são opcionais.
  • T13 | Não pode usar atleta-guia e nem ser auxiliado por um apoio no salto.

Classificação Oftalmológica

B – Blind

B1: CEGO TOTAL – nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos ou percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer formatos a qualquer distância ou direção;

B2: PERCEPÇÃO DE VULTOS – deficiente visual com baixa visão (AV 2/60 ou CV inferior a 5º);

B3: DEFINIÇÃO DE IMAGENS – deficiente visual com baixa visão (AV entre 2/60 e 6/60 ou CV entre 5º e 20º);